Beto Richa pode desbancar Eduardo Bolsonaro e assumir a Comissão de Relações Exteriores
A disputa pelo comando da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados ganhou um novo capítulo com a possibilidade de Beto Richa (PSDB-PR) assumir a presidência, desbancando Eduardo Bolsonaro (PL-SP), nome originalmente cotado para a posição. A movimentação ocorre em meio a uma disputa entre o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Liberal (PL), que detém a maior bancada da Câmara e pleiteia a presidência da comissão como parte do acordo de divisão de espaços no Legislativo.
A importância da Comissão de Relações Exteriores
A CREDN tem papel estratégico na política externa brasileira. Responsável por analisar tratados internacionais, acordos de cooperação e diretrizes para as relações diplomáticas do Brasil, a comissão impacta diretamente a imagem do país no cenário global. Além disso, também trata de temas sensíveis como defesa nacional, comércio exterior e segurança internacional, sendo um espaço fundamental para a articulação de políticas externas alinhadas aos interesses do país.
Por essa relevância, a escolha do presidente da comissão não se trata apenas de uma questão partidária, mas de um reflexo da orientação política que o Brasil adotará em suas relações internacionais.
Por que o PT prefere Beto Richa a Eduardo Bolsonaro?
O PT vê a presidência da CREDN como uma posição estratégica e trabalha para evitar que Eduardo Bolsonaro, um dos expoentes da ala ideológica do bolsonarismo e alinhado a uma política externa mais radical, assuma o cargo. O histórico do deputado, marcado por declarações polêmicas e aproximação com figuras como Donald Trump e Steve Bannon, gera receio dentro do governo, que busca uma relação mais pragmática e menos conflituosa com parceiros internacionais.
Beto Richa, por outro lado, é visto como um nome mais moderado e alinhado ao centro político, o que tornaria sua condução da comissão menos suscetível a embates ideológicos e mais focada em negociações técnicas e institucionais. A possibilidade de um tucano na presidência da CREDN também agrada setores do Congresso que buscam um ambiente mais estável nas relações internacionais.
O jogo político na Câmara
A disputa reflete o embate mais amplo entre PT e PL pelo controle de espaços estratégicos na Câmara. Com a fragmentação política e a necessidade de costurar alianças, o PSDB surge como um fiel da balança, podendo assumir uma posição de destaque na divisão das comissões.
Se confirmada a escolha de Beto Richa para a presidência da CREDN, o movimento representará uma derrota para o bolsonarismo e uma vitória para o grupo que defende uma condução mais técnica e diplomática da política externa brasileira. Resta saber se o PL aceitará essa derrota ou se buscará outras formas de manter influência dentro da comissão.