A criação da federação União Progressista (UP) foi celebrada com uma cerimônia de peso nesta terça-feira (29), no Congresso Nacional, com presença dos presidentes das casas legislativas federais, Hugo Motta (REP), presidente da Câmara Federal e Davi Alcolumbre (UB), presidente do Senado, além de governadores, ministros, parlamentares e dirigentes de destaque. No entanto, a participação do União Brasil do Paraná foi tímida e sinaliza um certo distanciamento em relação ao novo bloco político.
Participação discreta do União Brasil-PR
Apesar de ser um dos maiores partidos no Paraná, o União Brasil demonstrou pouco engajamento com o evento nacional que marcou a formação da federação. Dos parlamentares da legenda, apenas os deputados federais Geraldo Mendes e Matheus Laiola estiveram presentes em Brasília.
O senador Sergio Moro, figura mais conhecida da sigla no estado, não compareceu ao evento e tampouco se manifestou publicamente. A mesma postura foi adotada por Felipe Francischini, deputado estadual e presidente do União Brasil no Paraná. O silêncio nas redes sociais e nos canais oficiais da sigla estadual, como o perfil @uniaobrasil44pr, indicam falta de entusiasmo com a nova configuração partidária.
União Brasil: uma sigla rachada no Paraná
A postura distante da bancada paranaense do União Brasil não é surpresa para quem acompanha os bastidores da política local. O partido vive uma divisão interna entre os grupos liderados por Sergio Moro e Felipe Francischini, que disputam o controle político e estratégico da legenda desde 2023. A federação surge em meio a esse cenário conturbado, sem que haja uma unificação mínima entre as lideranças estaduais.
Nos bastidores, o apelido “(des)União Brasil” já circula entre analistas políticos e lideranças locais, em alusão à dificuldade de articulação entre seus membros. A entrada em uma federação partidária impõe novos desafios para a convivência entre esses grupos.
No PP, o clima é mais amistoso
Se no União Brasil o clima é de frieza, no Progressistas paranaense o tom é de comemoração. Estiveram presentes no evento os deputados federais Ricardo Barros, Tião Medeiros e o recém-filiado Vermelho, demonstrando maior alinhamento da bancada do PP com a nova aliança nacional. O PP tem, no Paraná, uma base sólida com 6 deputados federais, 7 estaduais e 61 prefeitos, o que o torna um parceiro estratégico importante dentro da União Progressista. Embora a presidente estadual Maria Victoria e o deputado federal Toninho Wandscheer não tenham comparecido à cerimônia em Brasília, ambos celebraram a federação com postagens nas redes sociais, ressaltando o fortalecimento do campo de centro-direita e a preparação para as eleições de 2026.
Os números da nova federação no Paraná
A União Progressista se torna uma das maiores forças políticas no estado:
- Deputados estaduais: 7 (UB) + 7 (PP)
- Deputados federais: 4 (UB) + 6 (PP)
- Senador: 1 (UB – Sergio Moro)
- Prefeitos: 30 (UB) + 61 (PP)
Juntas, as siglas somam grande musculatura eleitoral e administrativa, com presença consolidada nas bases municipais e nos parlamentos estadual e federal.
Expectativas e incertezas
Com a federação oficialmente criada, espera-se que as lideranças estaduais consigam alinhar estratégias e superar disputas internas. No entanto, a ausência de manifestações públicas e a participação tímida da ala do União Brasil do Paraná deixam no ar dúvidas sobre o verdadeiro grau de adesão ao novo projeto.
Resta saber se a federação conseguirá transformar essa união no papel em uma aliança concreta e funcional no estado, ou se a sigla continuará operando em polos distintos dentro de um mesmo bloco.