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Sérgio Moro pode ficar isolado na União Progressista: articulações internas e disputas expõem fragilidade da sua pré-candidatura ao governo do Paraná

Sérgio Moro pode ficar isolado na União Progressista: articulações internas e disputas expõem fragilidade da sua pré-candidatura ao governo do Paraná
  • Publishedabril 30, 2025


Na última terça-feira (29), União Brasil e Progressistas (PP) oficializaram a criação da federação União Progressista (UP), formando o maior bloco partidário da Câmara dos Deputados, com 109 parlamentares, e a terceira maior bancada do Senado. Apesar da força nacional, a nova aliança trará desafios e tensões locais, especialmente no Paraná — e o senador Sérgio Moro pode estar no centro de um impasse.


Um nome forte nas pesquisas, mas isolado politicamente


Moro aparece em primeiro lugar em diversas pesquisas eleitorais no Paraná, figurando como favorito em um eventual embate pelo governo do estado em 2026. No entanto, o cenário político interno da nova federação pode dificultar — e muito — a consolidação de sua candidatura. O ex-juiz enfrenta resistências dentro do próprio União Brasil e agora terá que dialogar também com as lideranças do Progressistas, partido tradicionalmente controlado no Paraná pelo deputado federal Ricardo Barros.


Relações estremecidas e silêncio ensurdecedor


Moro não participou da cerimônia que oficializou a nova federação e também não se manifestou publicamente sobre o acordo, diferentemente de outros nomes do grupo. A ausência chamou atenção nos bastidores, principalmente após a presidente estadual do PP, Maria Victoria Barros, publicar em suas redes uma mensagem celebrando a união partidária e citando nominalmente dois pré-candidatos ao governo: o próprio Moro (União Brasil) e Cida Borghetti (PP), ex-governadora e mãe da deputada. O gesto foi interpretado como um recado claro de que o nome de Moro não é unanimidade — e que haverá disputa interna.


PP joga com estratégia e força nos bastidores


Com a entrada do Progressistas na federação, Ricardo Barros passa a ter influência direta sobre o futuro da candidatura do grupo no Paraná. Experiente e articulador, Barros já deixou claro que seu grupo já tem seus nomes e interesses. Com Cida Borghetti novamente colocada como possível candidata, o PP mostra que não pretende abrir mão de protagonismo nas próximas eleições estaduais.


União Brasil dividido e Moro em xeque


Dentro do União Brasil, Moro também não tem vida fácil. Já protagonizou desentendimentos públicos com os deputados estaduais Do Carmo e Ney Leprevost, além de manter uma relação fria com o presidente estadual da legenda, Felipe Francischini. O ambiente interno turbulento dificulta o alinhamento necessário para que Moro seja o nome de consenso da federação.

Com a fusão, qualquer candidatura ao governo do Paraná precisará do aval de ambos os partidos que compõem a UP. Nesse cenário, Moro terá que convencer não só os seus próprios pares, mas também os quadros do Progressistas — muitos dos quais o enxergam com desconfiança.


Moro terá que mudar de postura para se viabilizar


Embora líder nas pesquisas, Sérgio Moro enfrenta uma travessia política delicada dentro da União Progressista. A falta de apoio explícito, as rusgas internas e a presença de outros nomes competitivos indicam que sua possível candidatura ao governo do Paraná está longe de ser garantida. O que se avizinha é um processo de intensas negociações, onde prestígio eleitoral pode não ser suficiente para garantir uma vaga majoritária. Moro precisará deixar a postura isolada e construir alianças se quiser sobreviver à força dos bastidores da política paranaense.

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CWBuzz

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